segunda-feira, 14 de julho de 2008

Foge foge bandida

Ninguém é quem queria ser

somos a fachada
de uma coisa morta
e a vida como que a bater à nossa porta
quando formos velhos, se um dia formos velhos
quem irá querer saber quem tinha razão
de olhos na falésia
espera pelo vento
ele dá-te a direcção

a idade é oca e não pode ser motivo
estás a ver o mundo feito um velho arquivo
eu caminho e canto pela estrada fora
e o que era mentira pode ser verdade agora
se o cifrão sustenta a química da vida
porque tens ainda medo de morrer
faltará dinheiro
faltará cultura
faltará procura dentro do teu ser

diz-me se ainda esperas encontrar o sentido
mesmo sendo avesso a vê-lo em ti vestido

não tens de olhar sem gosto
nem de gostar sem ver

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